quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A gravidez



A gestação de uma nova vida proporciona grande alegria e realização para a mulher. Na gravidez, o corpo feminino apresenta transformações que garantem o desenvolvimento do feto e preparam seu nascimento. O psíquico da mulher também necessita de alterações peculiares à nova identidade que começa a surgir: a de mãe.

Porém não é só a mulher que passa por adaptações durante a gravidez; trata-se de um fenômeno diferenciado na vida de um casal. Dessa forma, o homem tende a participar cada vez mais ativamente da gestação, que pode e deve ser uma etapa vivida a dois.

Além da alegria pela chegada próxima do bebê, surgem, nessa época, tanto no pai como na mãe, incertezas, medos e ansiedade. A seguir, são esclarecidas as dúvidas mais comuns que atormentam o casal nessa fase de sua vida.

· Vinculo pais-filho na gravidez

O papel da mãe é essencial para a formação do psiquismo (parte psicológica) do bebê. Os acontecimentos que envolvem o binômio mãe-filho são fundamentais para a adequada estruturação da personalidade do pequeno ser, sendo amplamente reconhecida a relevância do vínculo materno-infantil para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo saudável da criança ao longo de toda a sua vida. A atitude emocional da mãe orienta o bebê, conferindo qualidade de vida à sua experiência e servindo como organizadora da sua vida psíquica.

A vivência da gestação, com todos os seus sentimentos intensos, variados e ambivalentes, está intimamente relacionada à história e às situações vividas pela gestante ao longo de sua vida.

Essa vivência influirá na adaptação da mulher a seu novo papel e na formação do vínculo com seu filho. A formação do vínculo está muito relacionada aos sentimentos e às expectativas da futura mãe quanto ao pequeno ser que desenvolve no seu útero.

A relação mãe-pai-bebê começa de fato, no período pré-natal, no qual os pais baseados em informações como sexo da criança e características de sua movimentação no ambiente intrauterino começam a interagir com o feto.

O feto já demonstra capacidade de audição desde a sexta semana da gravidez, podendo reconhecer a voz dos pais e os batimentos cardíacos de sua mãe. Além das vozes de seus pais, a criança é capaz de captar todas as emoções que a acompanham. Dessa forma, o bem estar físico e emocional da gestante é essencial para promover o adequado crescimento e desenvolvimento fetais, evitando o nascimento de recém-nascidos com baixo peso, hiperatividade, dificuldades alimentares e futuros distúrbios psíquicos.

O pai não carrega o filho no ventre durante nove meses, nunca o amamenta e só ocasionalmente permanece ao lado de seu filho por tanto tempo quanto a mãe. No entanto é indiscutível que o vínculo que se forma entre pai e filho pode ser tão forte e vital quanto o vínculo mãe-filho. Várias pesquisas demonstram que a importância do pai para o feto e para o recém-nascido.

· Vínculo e o nascimento

O nascimento do bebê é um momento de grande vulnerabilidade emocional, no qual os sentimentos predominantes durante a gestação sofrem profundas modificações. O bebê imaginário do ventre materno pode ser muito diferente do recém nascido real. Muitos pais tendem a negar essa realidade nas primeiras semanas de vida do bebê, especialmente se ele não corresponder as suas expectativas. O período de adaptação gradual entre pais e filho, nos primeiros dias após o nascimento, é muito significativo para a formação do vínculo, podendo determinar a qualidade da ligação afetiva que irá se estabelecer por toda a vida.

O QUE O PAI PODE FAZER:
Elogiar o corpo da grávida e apreciar as modificações que nele estão ocorrendo, mostrando sempre disposto e participativo nas tomadas de decisão que envolvam o bebê.




FONTE:
Livro: Filhos da gravidez aos dois anos de idade.
Organizadores: Fabio Ancona Lopez / Dioclécio Campos Jr.




EQUIPE: SOS- GRÁVIDOS